data-filename="retriever" style="width: 100%;">Todo mundo tem seus escritores favoritos, que alimentam e despertam o nosso prazer pela leitura. Nossas escolhas por livros ou autores, não raras vezes, vêm de indicações de pessoas que admiramos, algumas que nem conhecemos pessoalmente, mas com quem nos identificamos.
No entanto, sempre é interessante refrescar a mente a arriscar novos caminhos, mesmo que sejam por autores preferidos de pessoas com as quais não temos afinidade. Qualquer leitura, nunca será um desperdício, desde que realizada com a mente aberta, porque, de alguma forma, ela contribuirá para o nosso crescimento pessoal e intelectual.
Há um tempo, li na revista Exame, que um cidadão americano viajou cerca de 22 mil quilômetros, atravessando os Estados Unidos de leste a oeste, com GPS, para escrever, no Google Earth, a frase: "leia Ayn Rand", uma vez o caminho percorrido, visto do satélite, fica registrado no mapa. O feito foi motivado pelo fato do viajante ser um grande fã da polêmica escritora e filósofa, também, conhecida como a criadora do objetivismo.
Rand nasceu em 2 de fevereiro de 1905, na Rússia, mas emigrou para os Estados Unidos, aos 21 anos, determinada a informar ao mundo sobre a ditadura totalitária de seu país. Suas obras incentivaram as pessoas a observarem a vida objetivamente, o que significa dizer que "uma realidade existe independentemente de qualquer observador ou das emoções, sentimentos, desejos, esperanças e medos do perceptor".
Amada por uns e odiada por outros, ela fez e faz história. Dizem que o sistema de crenças construído por ela, que morreu em 1982, nunca foi tão popular ou influente. É a autora preferida de membros do partido republicano dos Estados Unidos, um deles Donald Trump. Sua teoria faz parte do ensino secundário britânico. Suas obras são prestigiadas por grande parte dos empresários do Vale do Silício, assim como por políticos conservadores e liberais brasileiros, que segundo alguns, decorre da interpretação errada de suas ideias.
Independentemente de quem sejam os seus seguidores e, apesar de eu discordar de diversos pontos de vista da autora, porque algumas de suas teorias já foram colocadas em prática e os resultados foram desastrosos, mesmo assim, seus posicionamentos trazem diversas considerações interessantes.
Uma delas é a importância do uso da mente, com racionalidade, do planejamento de nossa vida, sobretudo, em um mundo em que fazemos inúmeras coisas de forma automática, sem nenhuma reflexão. Ela, também, faz um alerta contra àqueles que agem movidos por fanatismo político, dogmas religiosos ou paixões desmedidas, por isso mesmo, cegos à realidade dos fatos. Além disso, Ayn Rand foi uma das poucas autoras a defender, de forma inequívoca e incontestável, os direitos individuais, o direito à liberdade, à propriedade e à busca da felicidade como premissas básicas à própria existência.